Troian concedeu uma entrevista para o site da revista Nylon, e falou sobre seu mais novo filme, Martyrs e Pretty Little Liars, confira traduzido abaixo:
Se essa é a situação de uma estrela de televisão ou simplesmente a realidade de alguém que se destaca em uma tarefa particular, é um feito extraordinário separar a si alguém da visão dos outros. Mas para Troian Bellisario, cuja pública identidade se tornou algo sinônimo de sua personagem Spencer Hastings, está na hora de seus outros projetos ficarem lado a lado do fascinante, confuso e fenômenos que é Pretty Little Liars.
Nos últimos cinco anos que a Freeform 0 antiga ABC Family – lançou a adaptação jovem adulta, Bellisario silenciosamente mergulhou no cinema indie, estrelando mais de 10 curta metragens, um sucesso do Sundance (C.O.G.) e na websérie centrada no estupro, Lauren. Mês passado, ela lançou o projeto mais interessante até agora, um remake do sádico filme francês, Martyrs. Enquanto o filme teve tudo de um típico filme de terror – sangue, cortes e o oculto – é facilmente um dos mais arrepiantes filmes lançados nos últimos anos. Porque quando você faz uma adolescente que vem sendo perseguida constantemente por uma sombra assassina, manipuladora chamada -A por meia década, a sua ideia de terror é obrigada a ficar um pouco alterada.
Nós conversamos com Bellisario para falar sobre o filme, seu empreendimento em roteiro, e o estranho espaço pervertido que é a Internet.
Durante todo Pretty Little Liars, você fez uma adolescente que teve que lidar com várias coisas que adolescentes passam – tirando é claro, a parte de lidar com um psicopata…
As coisas insanas que eu espero que um adolescente normal não precise passaro.
Exatamente. Foi um desafio reviver esses momentos e passar por isso com amigas e mais outras coisas de novo?
Sim, eu acho que isso me desafiou porque quando comecei a filmar (PLL), isso não estava muito longe de mim. Eu lembrava como era ter que responder para seus pais e eu ainda me sentiria muito mal se meu pai me ligasse – era tipo ‘Oh, estou com probleas”. E é claro, fazendo Spencer por seis anos, você deixa esses sentimentos longe. Terá uma voz em sua cabeça que dirá “Tudo bem, chega”. Então, sim, foi ficando mais difícil ao longo dos anos. E ainda é algo sobre isso que não me deixou ficar presa. Eu não sei como descrever. Acredito que tudo acontece por uma razão. Eu acabei de fazer um filme (Feed) que eu escrevi e atuei. Quanto mais velha, mais eu fico “Nunca irei fazer esse papel”. E quando eu consegui, eu fiquei muito agradecida que eu fui para a escola e encontrar aquela versão de mim viva. Estava lá e era acessível. Considerando que eu me sinto como várias pessoas nunca se sentiram. Como, pegue o exemplo de Jennifer Lawrence – ela está sempre fazendo personagens mais velhos e exercitando aquela parte dela. Eu venho exercitando a parte mais jovem de mim por seis anos em minha carreira. Então, sim, vem sendo bem desafiador e também útil, mas estou pronta para deixá-lo ir.
Agora que todas estão cinco anos mais velhas, qual tipo de coisas do dia-a-dia podemos esperar que as meninas passem?
Um balanço de trabalho com amor… É difícil responder a essa pergunta em relação a nossa série porque começou [a nova temporada] com essas meninas, cinco anos mais tarde, ter uma vida normal. Então, eu estou super animada para ver em Spencer em Washington e tentando escalar o seu caminho na escada política. Então na noite passada com a estréia da temporada, é tipo, ‘Oh merda, alguém está morto e você não pode deixar a cidade de novo’, por isso é um pouco como o que sempre aconteceu. Essas meninas querem ter os problemas normais e ainda assim elas não podem lidar com os eles, elas não têm tempo para lidar com eles, porque as suas circunstâncias são tão fantásticas.
Ok. Você pode nos contar sobre o filme que você escreveu?
Oh, Feed. Bom, estamos editando agora. Acabamos de filmar em dezembro. Tom Felton e Ben Winchell estão nele comigo. É o primeiro longa metragem que eu escrevi e foi dirigido pelo meu melhor amigo e colaborador a 10 anos (Tommy Bertelsen), então foi um sonho virando realidade trabalhar com ele. Não é sobre mim, mas é um semi autobiográfico e sobre algumas experiências na escola. Espero ficar orgulhosa dele. Devo assistir ele esse sábado. Sim, então vamos editar e provavelmente fazer um festival e ai vamos ver sobre distribuição provavelmente no outono desse ano.
Sobre seu novo filme Martyrs, o que te levou à esse filme em primeiro lugar?
O roteiro. Como atriz, eu quero explorar gêneros diferentes, e terror, para mim, sempre é muito problemático porque eu sinto, que para estar em um filme de terror, tem que mostrar os peitos ou fazer sexo. Tem muita sexualização da mulher em filmes de terror. Quando eu li Martyrs, não tinha sexualização da mulher – na verdade, não tinha nada sobre homem e mulher; era só sobre essas duas fortes mulheres e seu amor uma pela outra. E foi isso que realmente me assustou, que são pessoas torturando pela religião. Acho que é lindo fazer e ir ver filmes de terror que são super naturais ou tem coisas que eu nunca experienciei, como ser possuída por um demônio. A coisa que eu gostei mais sobre Martyrs é isso, mesmo que seja exagerado, é hiperbólico de uma maneira. E é baseado em algum realmente horrível que acontecia pelo mundo. Eu também me atraí pela personagem Lucy/Lucie. Na maioria dos filmes de terror você começa inocente e aí termina como “Ah-há e o assassino!” e com Lucy/Lucie, isso meio que começa com você pensando ‘Essa vadia louca, isso tudo é culpa dela” e no fim ela tem que se redimir.
Esse filme tem muitos elementos desses filmes de terror icônicos, especialmente com os sacrifícios e cultos religiosos e como você disse antes, é meio aterrorizante porque isso acontece em alguns lugares. Mas o que você acha que é diferente nesse filme?
Tem muitos filmes de terror que tem vozes femininas fortes, mas não vejo filmes que tem como centro a amizade entre duas mulheres. Sempre tem uma menina no final que é a mais vadia e sobrevive, mas ela só é percebida por um homem. E nesse filme é tudo sobre essas duas mulheres fazendo tudo que elas podem não para salvar só outra mulher, mas também para salvar uma a outra. E a vilã principal também é uma mulher, e tem vários homens que seguem suas ordens – mas o que foi muito interessante, para mim, é que ele era uma espécie de mundo bizarro em que apenas as mulheres iriam ocupar os personagens centrais. Eu não sei se eu já vi isso em outro filme de terror. Quer dizer, talvez “Abismo do Medo”, que foi simplesmente foda. Devíamos ter mais deles.
Concordo. É legal que vem tendo muita conversa sobre mulheres em Hollywood e agora temos que ter certeza que esse tipo de personagens estão sendo criados, as mulheres criando ou não. Você pode ver que o público está realmente interessado nisso e é legal para as jovens mulheres ver suas vozes sendo representadas.
Sim. É por isso que escrevi meu próprio filme. Meus pais são escritores e eles me ensinaram, “Se você quer ser uma atriz, nunca espere alguém te dar um papel”. Eu amo histórias escritas por homens e alguns dos meus escritores favoritos são homens, mas eu também estou encontrando mais e mais mulheres, como Lena Dunham e Lake Bell, que estão criando suas próprias histórias e conteúdo e é fascinante. Eu amo isso. É uma época ótima.
Você é fã de filmes de terror como um tudo?
É divertido; eu cresci com filmes de terror. Minha mãe gosta de me dizer que Bambi foi o primeiro filme que eu vi, mas minha tia diz “Não, foi Aliens.” e minha tia, meio que me criou com filmes de terror, e me disse isso, “É tipo ir numa montanha russa – se você gritar, vai ser mais divertido”. Esse é o motivo de ver um filme de terror: você quer ficar assustada, você quer apertar cada músculo do seu corpo até que o pulo acontece. É como uma corrida. Então fui meio que criada com isso mentalmente, e enquanto crescia, eu comecei a gostar de terror psicológico – os clássicos O Iluminado, O bebê de Rosemary e o Exorcista – que eram sobre coisas que nos aterrorizavam internamente. Cada pai fica aterrorizado com sua criança e com O bebê de Rosemary, cada mulher grávida está secretamente aterrorizada que aquela coisa dentro dela é o mal do mundo todo. Então, fiquei fascinada com esses filmes e comecei a me desviar de apenas os de pulo e susto. É por isso que achei Martyrs tão interessante – e tem todos elementos, como Jogoss mortais ou algo assim, que são um pouco mais de diversão e monstros, mas está enraizada no que geralmente ocorre dentro de uma paisagem psicológica. Esse é o tipo de terror que eu queria entrar.
Tem muitos filmes de terror que você se assusta e aí depois dá risada e pensa “Porque me assustei com isso?” Esse filme não é assim – é aterrorizante pelo fato que as pessoas podem realmente estar pensando nisso e fazendo essas coisas horríveis.
Fazer Lucy/Lucie me fez perceber que não estamos muito longe das execuções antigas em Roma. Me fez pensar sobre a crueldade que ainda acontece no mundo. Ainda existe decapitações, ainda existem apedrejamentos, ainda existem essas antigas, formas brutais de que estamos matando uns aos outros e que, para mim, é uma terrível realidade do nosso tempo. Quer dizer, sim, é só um filme de terror, e como uma pessoa da audiência você assiste e aí vai embora no fim, mas essas coisas ainda estão acontecendo. Foi uma realidade que foi difícil para mim deixar para trás depois de gravar esse filme.
Você assistiu a versão francesa do filme?
Eu não quis porque é muito, muito diferente e também sei que minha personagem morre na metade do filme, então não queria que isso me afetasse. Entretanto, em todo lugar que eu li sobre o filme – e eu li muito – falou sobre como essas duas atrizes foram realmente incríveis e inesquecíveis em seus papeis. Então, depois que fiz Martyrs, estava tipo “Eu não quero ver nada disso por um tempo”. Tive minha cota de sangue por um tempo, então não queria estar na volta assistindo, mas quero ver um dia. Todos dizem que é absolutamente incrível.
Eu imagino que o set era bem diferente dos sets que você esteve. Você aprendeu alguma coisa estando em um ambiente diferente?
Aprendi a ser paciente. Aprendi que sangue falso é a pior substância na terra; fiquei coberta por ele todos os dias. Secava em três segundos então em cada cena eles vinham e jogavam água gelada com spray e colocavam mais sangue. Você gruda em tudo, suas roupas grudam em você, seu cabelo gruda nas roupas e aí quebra. Já que filmo PLL por nove meses no ano, eu tive que filmar Martyrs ao mesmo tempo. Por um mês, não tive folga. Teve uma noite que eu estava na rua muito tarde e estávamos gravando essa cena louca que eu estava dando um tapa em alguém como você faz, e eu estava coberta em sangue. Acabamos de filmar as 4 da manhã e eu entrei no carro e fui direto para o set de PLL. Tomei um banho, eles fizeram meu cabelo glamuroso e aí filmamos uma cena no banco de sangue. Eram nós quatro e eu estava olhando para Lucy e tive que fazer uma brincadeira com ela sobre o cookie da minha fala e eu estava meio “Estou grata por não estar com frio, molhada e coberta em sangue falso agora, e esse é meu emprego de parecer amável e fazer uma piada sobre o cookie”. Normalmente eu ficava frustrada com isso e foi tipo “É isso que eu estarei fazendo hoje?” Isso me deixou orgulhosa dos dois sets.
Tinha muita interação com as outras atrizes no set de Martyrs?
É difícil fazer algo que é muito extrovertido emocionalmente quando você está cercada de uma equipe que tem que segurar um microfone desconfortávelmente sobre você enquanto você soluça ou tosse as entranhas ou esfaqueia alguém. Quando eles gritam corta, eu me sinto obrigada a me transformar imediatamente e fazer uma piada para que eles se sintam um pouco mais confortáveis. Eu estou tentando sair dessa e apenas me permitir ter um processo e ficar na minha. Foi muito legal no set porque Bailey Noble, que faz Anna era incrível. Nós estávamos sempre na mesma onda; Quando ela precisava brincar, eu estava no mesmo lugar então podíamos brincar e nos divertir, e quando ela precisava ficar quieta, estávamos ambas apenas brincando e nos descobrindo e ficando bem sendo quietas e deixando a situação ser o que era.
Você teve modelos femininas enquanto crescia? De algum filme, da TV ou algum personagem literário que te atraía?
Wow, sim, muitos. Tinha um nos livros de Alloy, o que é engraçado porque agora estou numa série do Alloy – chamado Fearless. Era sobre essa menina vigilante que era treinada por seu pai para ser uma espiã. Ela era um gênio! Ela era essa pequena coisa loira que vivia em New York City, gostava de ir aos parques à noite, e fingia ser desamparada, e secretamente ensinava todo mundo a quem ouvir. A série de livros completa era baseada na sua inabilidade de sentir medo. Então eu cresci devorando esses livros sobre essa menina que não sentia medo e que também, por essa razão, não conseguia se relacionar com a sociedade. E enquanto crescia, tinham muitas atrizes que me cativavam. Eu era, ainda sou, uma grande fã da Angelina Jolie; ela é o ser humano mais incrível. Cate Blanchett é meu modelo, como pode se dizer, apenas porque ela consegue balançar vida familiar, é dona de uma companhia de teatro com seu marido e ainda faz filmes – ela faz tudo. Então isso é o que eu procuro para minha meta. Eu amo todos que interpretam uma mulher complicada.
Que conselho você tem para as meninas que estão crescendo e tentando se encontrar?
Eu diria seja paciente com você mesma. Eu cresci numa cauda – estava na escola quando todo mundo estava saindo na Intrnet, de uma maneira bem social, no Live Journal, DeadJournal, Myspace e Friendster. Eu lembro de entrar na faculdade e fazer minha primeira conta no Facebook. Acho que é uma coisa perigosa hoje em dia, especialmente com jovens, a internet. É uma grande parte de nossas vidas, e usamos para representar nós mesmos e de uma maneira é falso. Eu venho tendo tantas conversas recentes sobre Instagram. Eu amo Instagram, mas eu também sei que todo mundo que eu sigo, seus feeds não são uma reflexão de suas vidas. Eu sei que a pessoa que está arrasando todos os dias e parece linda, passa 15 minutos tirando fotos dela mesma, editando com filtros e usando tags. Eu sei porque como uma pessoa pública, eu também faço isso.
Quando eu posto uma foto linda de mim onde eu marco um vestido, é porque eu tive que fazer isso porque eles me enviaram de graça. Ou quando eu queria conseguir fundos para uma campanha eu tenho que tirar uma boa foto. Mas eu também posso ter chorado no meu carro antes porque eu estava frustrada porque eu não consegui uma audição que eu queria e porque eu estou brigada com meu noivo, ou algo parecido. Vou ver um comentário debaixo dessa foto onde as pessoas dizem, “Você é tão impecável. Sua vida é perfeita.” Estamos colocando essas expectativas em nós mesmos para ser sempre perfeito, para estar sempre bonita, ou estar fazendo algo interessante, ou estar em algum lugar incrível, e quase todos os dias eu estou realmente entediada no sofá e eu me sinto terrível sobre mim mesma, e eu fico, “Oh meu Deus, o que estou fazendo com a minha vida?”Eu acho que é isso que é perigoso, estamos ficando mais e mais em uma representação falsa de nós mesmos e eu sinto que se eu fosse mais jovem, que pareceria mais real para mim.
Quando você é jovem, você não deve ter um trabalho que você vai ter em dez anos, você não deve estar namorando a pessoa que você vai se casar, e você não deve mesmo ter crescido seu nariz ainda. E ainda temos todas essas expectativas de onde devemos estar por causa de pessoas como as Kardashians e todas essas pessoas que são proteticamente perfeitas sem nenhuma boa razão. O conselho que eu daria é para largar o telefone de vez em quando e ver o que acontece. Veja o que você vê quando você olha para fora de uma janela ou que pensamentos você pensa, se você não está envolvido constantemente em um diálogo vai-e-vem com pessoas que são apenas acessíveis através da mídia social.
Confira as fotos do photoshoot em nossa galeria clicando nas miniaturas abaixo: