Troian concedeu uma entrevista ao site Vulture onde comenta sobre a series finale de Pretty Little Liars que foi ao ar na última terça. Confira a matéria traduzida abaixo:

Você precisa acreditar que Pretty Little Liars chegou lá. Depois de sete temporadas, o drama da Freeform decidiu soltar uma última bomba antes de ir embora de vez: Spencer Hastings tem uma irmã gêmea secreta britânica chamada Alex Drake.

Vamos deixar que você pondere a complexidade da história de origem da Alex, mas por agora, tudo o que você precisa saber é que ela se tornou “A.D.” para honrar o assassinato de sua meia irmã Charlotte, e eventualmente ficou obcecada com a vida feliz da Spencer em Rosewood que ela quis assumir sua identidade e manter ela presa no subterrâneo para sempre. Mas no fim, os planos da Alex foram destruídos e ela foi capturada pela Mona para viver o resto da vida em outro subterrâneo na França. Se você pensou que PLL era um mistério teen comum, você tem que mudar o conceito.

Um dia depois da series finale, Vulture conversou com a atriz Troian Bellisario sobre como ela desenvolveu a personagem Alex, a inspiração por trás do sotaque britânico e sua mensagem para os fãs que não gostaram do final.

Da última vez que conversamos você mencionou o quanto você adora Twin Peaks. Como você se sente ao se juntar a Kyle MacLachlan na elite de TV das doppengangers?
[Risos] É uma honra fzer parte de um grupo de atores no mundo da televisão que interpretam doppengangers e gêmeas e personalidades divididas. É um presente. Eu me sinto sortuda que todos em Pretty Little Liars queriam me por nessa posição e ver o que eu podia fazer com isso. Eu me diverti muito. É assustador. Eu estava com medo – bom, eu vou dizer de uma forma melhor – eu estava suando até ontem. Foi divertido porque todos ao meu redor estavam, “Oh, você está nervosa porque a série está acabando?” E eu fiquei meio, “Não, eu estou prestes a revelar uma pessoa inteiramente nova para o mundo e eu não tenho ideia no que isso vai dar.” É arriscado e nem todo mundo vai gostar e apoiar, mas foi divertido ir nessa jornada. Eu estou feliz que pude fazer isso.

Você sabia sobre a gêmea má da Spencer por dois anos antes de todos. Com esse conhecimento avançado, você teve mais absorção para construir o comportamento da personagem e a fisicalidade?
Não na verdade. Quando eu descobri dois anos atrás, Marlene me disse, “É isso que eu quero que aconteça.” Cada temporada, você teria a ideia da próxima temporada, o final da próxima, e onde você levaria a história. Você tem que falar com o canal e o estúdio, e se eles não gostarem, algo novo tem que surgir. Então pelo primeiro ano que eu soube, era só o que ela queria levar nessa direção. Não poderíamos nos apaixonar por essa personagem até que ela estivesse totalmente maduro e tivesse recebido o sinal verde entre a sexta e sétima temporada. Recebemos o sinal verde nessa direção, prepará-la, e descobrir de onde ela era e tal. Eu lembro que um dia Marlene veio a mim e ela estava meio, “Na verdade, acho que eu quero que ela tenha crescido no Reino Unido.” E eu fiquei meio, “Oh ok, ela tem um sotaque?” E Marlene disse, “Sim, sim, vamos achar um sotaque para ela.” Construímos essas coisas no início da sétima temporada até a última cena, onde você vê Alex pela primeira vez quando ela pede ao Toby para beijá-lo. É interessante porque, nesse ponto, ela não estava nem perto de onde ela estaria, porque aquela era Alex fingindo ser Spencer. Não sabíamos se poderíamos ir na rota britânica, porque não sabíamos se Juliam Morris teria disponibilidade para interpretar Wren na finale. Foram muitos pedaços que entraram nos lugares para chegar na finale. Foi uma situação meio Etch A Sketch (jogo de desenho).

Como você decidiu que Alex ia incorporar essa persona pretensiosa, totalmente oposto da Spencer, como uma mulher refinada de Oxbridge?
Queríamos que ela fosse o extremo da Spencer porque ela foi privilegiada enquanto crescia. Spencer queria ir para Oxford. Spencer ia a clubes, tinha dinheiro, tinha uma boa família que cuidava dela. Eles eram socioeconomicamente sólidos e ricos. Queríamos ter essa oportunidade para Alex quando era jovem, porque ela se espelhou na sua mãe mais do que na Spencer, ela tinha esses problemas de comportamento e essa “boa família rica britânica” que deu ela para um orfanato. Quando ela fugiu com 10 anos, ela estava sobrevivendo nas ruas. Para mim, foi meio, “Essa garota vai falar da maneira que ela precisa falar. Ela vai aprender das pessoas ao seu redor.” Foi uma oportunidade para nós contarmos uma história de uma pessoa da maneira que ela precisa falar. Tem muito de como Alex vai para Rosewood e como Wren a encontrou então você pode ver que você não vai confundi-la com a Spencer se você encontrar ela. Ela só estava fazendo tudo em seu poder para mudar sua identidade, mudar seus gostos, sua nacionalidade, para se tornar essa outra pessoa. É por isso que fomos nessa rota extrema.

Quando entramos na sala com Alex e Spencer juntas, eu realmente queria que elas parecessem com yin e yang. Eu queria que elas fossem dois opostos além da pequena diferença entre elas. É ais divertido de interpretar e mais divertido para o público ver que aquela menina não poderia ser mais diferente da Spencer.

 Você modelou o sotaque de alguém? Eu estava sentindo uma vibe Amy Winehouse.
Eu ouço a Amy! É engraçado, meu amigo me ligou e disse, “Esse foi o melhor Michael Caine que eu já ouvi.” [Risos]. Eu sabia que eu estava interessada em um “som de Essex”. E eu queria que ela fosse uma garota de Essex. Eu eventualmente descobri esse reality show chamado “The Only Way Is Essex”. É mais ou menos o Jersey Shore do Reino Unido. É um reality de TV, então os personagens são muito dramáticos e muito estranho e muito engraçado e muito impetuoso. Eu vi uma musicalidade na maneira que eles falam – as gírias e a maneira que eles se relacionam uns com os outros. Então eu fiquei meio, “Eu não sei, isso parece Alex para mim.” Então a voz foi baseada nesse reality show.

O público de PLL ama teorias, mas eles raramente prevem as grandes reviravoltas do passado. Te surpreendeu que a teoria de “Spencer tem uma gêmea” saiu cedo nessa temporada?
Não me surpreendeu. Para outras finales e reviravoltas, Marlene e os escritores fizeram tudo o que podiam para que pudessem tirar o cheiro dos vilões. Quando Mona foi revelada, eles não contaram a Janel por um ano inteiro até ter certeza que ela não interpretaria uma vilã de nenhuma maneira. A coisa interessante sobre a Alex foi que desde que soubemos que ela seria uma nova personagem, não queríamos que o público ficasse cego com isso. Nos queríamos na verdade levar as pessoas um pouco mais. Revelando Mary Drake como a gêmea da Jessica e sabendo aquele fim dos livros onde Alison tem uma gêmea… Gêmeas correm na família e é esperado como parte do mundo. Não queríamos que as pessoas ficassem totalmente surpresas. Acho que no final foi mais divertido assim. Se você descobrir no fim que é o Jerry o cara da manutenção que você nunca colocou os olhos nele na vida, você vai ficar meio, “Uh, ok.” Se você não soubesse nada sobre a Alex mas tivesse esse pressentimento então é divertido porque você vai longe com essa viagem.

As reações da finale vem sendo muito divididas. Algumas pessoas acham que foi uma maneira divertida e apropriada de terminar a série, enquanto outras pensam que introduzir uma personagem completamente nova foi injusto e manipulado. O que você diria para essas pessoas que não gostaram de como a série acabou?
Ultimamente o que eu diria é que não tem jeito no mundo que poderíamos agradar a todos. É muito infeliz. Todas as outras revelações na série, você podia gostar ou não gostar, mas você sempre sabia que teriam mais episódios a frente. Quando foi a Mona, você podia ficar meio, “Uh, eu não gostei que foi a Mona,” mas você sabia que teria uma continuação na história depois disso. Com Charlotte e Charles, você podia gostar ou não, mas sabia que teria continuação. Acho que foi difícil para as pessoas engolirem porque eles sabiam que seria o último episódio, então se elas não tivessem tudo o que queriam dessa história, elas ficariam chateadas. Eu entendo isso totalmente. Mas a coisa que eu quero dizer para essas pessoas é: Eu acho que a série era para ter terminado no sexto ano com a Charlotte revelada como “A”. Quando decidimos continuar trabalhando nisso e decidimos criar uma nova personagem, é a origem de uma história. Vai ser uma origem porque alguém tem que continuar de onde Charlotte parou. Eu não sei o que dizer além de me desculpe. Eu estou tentando não entrar nas redes sociais porque eu sei que as pessoas vão ser brutais.

Eu sei que a série significa muito para as pessoas e elas vão ficar apaixonadas de qualquer maneira. Eu também diria para olharem para as outras coisas que vocês tiveram. Vocês tiveram o casamento Ezria. Vocês tiveram Haleb. Vocês tiveram Emison. Vocês tiveram Spoby, mais ou menos. Até a última cena de adeus e todas essas pequenas afirmações estiveram na finale, porque eu sei que Marlene colocou o sangue, suor e lágrimas tendo certeza que daria aos fãs uma linda carta de amor.

Eu acho que o que estou conseguindo é: Se as pessoas estão insatisfeitas com a criação da nova personagem, olhem todas essas coisas ótimas que vocês receberam. Não vou ficar falando, “Seja grato,” mas tem tanta beleza nessa série. Para focar nessa pequena coisinha, é isso que você quer lembrar? Ou você vai lembrar de sete anos com essas personagens que você amou e pode dizer adeus de uma maneira linda?

O fandom trabalha de formas misteriosas. Eu pessoalmente acho que foi uma reviravolta divertida e agradável.
Isso é o que importa. Tem essas pessoas… tipo, eu pensei que seria divertido Spencer e Caleb explorarem o relacionamento. Foi praticamente ameaças de morte para mim. Muitas garotas ficaram meio, “Você é uma puta, eu te odeio!” E eu fiquei, “Você está chamando Spencer de puta?! Eu tenho outros tweets seus onde você fala ‘Eu te amo Spencer!'” Eu não entendo. É um nível de dedicação diferente dos fãs. Eu não me relaciono com isso. Eu sou grata que eles assistam a série e que eles amem certas coisas sobre ela. Me desculpe se eu separei seu ship por um tempo ou se eu acabei sendo a vilã que você não gostou. Estou fazendo meu trabalho. [Risos]

Se não tiver mais nada, estou grata que foi sugerido que Spencer e Toby terminaram juntos.
Eu acho que é muito divertido. Eles são obviamente meu casal favorito. Keegan Allen e eu estávamos brincando sobre como a finale é a encarnação literal daquela letra da música do Drake com a Rihanna: “Se você tivesse uma gêmea, eu ainda sim escolheria você.” Nós éramos obsessivos. É amor verdadeiro porque mesmo que ela tivesse uma gêmea, ele ainda escolheria ela.

Fonte: Vulture