Troian concedeu uma entrevista para a Darling Magazine onde fala sobre a criação de Feed, porque ela quis alcançar esse nicho do cinema e se ela pretende contar uma nova história. Confira traduzido abaixo:
Quando Troian Bellisario decidiu escrever e produzir u longa metragem, ela não foi para o típico “garoto conhece a garota em música hipster”.
Não, como ela escreveu em nossa edição de verão (você pode ler clicando aqui), Troian atingiu fundo nas origens e guerras de seu próprio passado lutando contra um distúrbio alimentar e decidiu por tudo isso na mesa. Depois de assistir ela se agarrando, se movendo, de várias maneiras, em seu filme Feed, sentamos com Troian para lhe fazer algumas perguntas, e na maioria do tempo, apenas escutá-la.
Teresa Miller Archer: Então, nos conte sobre criar, escrever e então produzir o filme. Qual foi o ímpeto para você contar essa história, e o que você espera realizar?
Troian Bellisario: Eu queria comunicar algo que eu sentia que não estava sendo falado. Eu sinto que tem muitas pessoas na minha vida, na minha família, meus amigos e em meus relacionamentos que não entendiam o que era ter um distúrbio alimentar. Tipo meus irmãos que eu adoro falavam, “Eu não sei, só coma um sanduíche. Eba, você comeu!” E eu ficava, “Pare de torcer!” Então eu pensei, “Como posso alcançá-los para entender o que é e como eu luto contra isso?”Outro dia eu fui atingida por um pensamento que pudesse ter uma maneira de transmitir isso através de uma personificação da minha doença em filme. Tem uma voz que está falando com você que é incrivelmente poderosa e que você tem uma relação complicada com ela. Você pode estar apaixonada por isso, pode salvar sua vida, pode tornar as coisas fáceis para você, pode te proteger muito… O único problema é que inevitávemente vai te destruir. E essa é a relação complicada que eu queria transmitir através do filme.
Eu também sabia que não poderia transmitir tão precisamente se eu só dependesse dos detalhes da minha própria história, porque tantas pessoas que desenvolvem distúrbios alimentares são de raças, gêneros, e experiências diferentes então eu pensei que se eu só regurgitasse os detalhes da minha luta, o que isso faria?
Realmente, eu queria criar uma narrativa inteiramente diferente e é por isso que tem uma relação inteira entre Olivia e Matt e o luto que ela passa após perdê-lo, isso eu não experienciei em minha vida, mas isso poderia engatilhar alguém a ter um distúrbio alimentar.
TMA:O que te levou a entrar nesse lado do cinema?
TB: Há tantas razões. Eu estava tão grata por sete anos de PLL, mas eu sabia que tinha uma possibilidade real de eu sair dessa série e as pessoas ficarem meio, “Ok, legal, então ela é a Spencer Hastings.”Eu senti que era realmente importante para mim colocar um lado totalmente diferente da minha própria experiência e minhas intenções como artista. Também, honestamente, eu senti uma obrigação com meus fãs [da série] porque tem essa tentativa de ser perfeita que eu penso que é embalado em séries de TV para jovens. Você sabe, é como se você assistisse e ficasse, “Oh meu Deus, ela é tão perfeita,” e é meio, “Não, eu tive que ficar duas horas fazendo cabeço e maquiagem e minhas roupas são todas grampeadas para ficar certas no meu corpo, e eu não posso dizer uma fala sem alguém começar a dizer ‘Espere espere espere! – Ok.'”
É fácil ter essa falsa representação e tantos jovens ficam meio, “Ugh, porque não posso ser assim, me mover assim, ser assim.” E isso não é preciso, e então eu realmente queria criar uma narrativa diferente sobre isso, eu acho, que perfeição pode levar as pessoas a certas situações e é também sobre aceitar as pessoas pelas suas lutas e ser honesta e aberta.
TMA: Eu notei que no começo você escolheu escrever uma cena onde um padre fala na escola e diz essa fala, “Sem morte não tem contexto.” Isso era um tipo de pré-tema muito deliberado que você estava colocando?
TB: Sim, quando você está no ensino médio você se sente invencível, então você experimenta drogas, álcool, você sabe, atividades perigosas, e você não tem medo da morte porque muitas pessoas não tem esse contexto.Configurando a história da Olivia eu queria colocar para os jovens telespectadores que iam assistir que lidar com um distúrbio alimentar é uma batalha de vida e morte. É a doença mental com a maior taxa de mortalidade. Sem tratamento, 20% das pessoas morrem, e eu queria que os jovens levassem a sério. Dizendo, “Não é só você querer perder 3kg, tentando uma nova dieta.” É muito mais que isso e eu acho que às vezes em um momento da nossa vida quando realmente não consideramos a morte e eu queria deixar isso claro desde o começo que era uma luta pela vida dela.
TMA: Certo. E o que você fez relacionando os distúrbios alimentares com as doenças mentais; nesse filme, foi como se você linkasse com a esquizofrenia.
TB: Isso é muito interessante! Esquizofrenia é algo que acho que estamos começando a entender, mas começou a ser diagnosticado nos anos 70. Estamos definindo de forma nova, maneiras de explorar esses temas.Eu acho que tem muitas pessoas que vão ver Feed e vão pensar que é uma história sobre luto. Tem muitas pessoas que vão ver e pensar que é uma história de caça sobrenatural, e pra mim está tudo bem. Mas para essas pessoas que ressoam, “Eu me sinto assim.” Ou de repente podem ter uma conversa com seus pais ou amigos e isso os ajude a ir para o próximo nível de entendimento sobre eles mesmo e sobre a doença, é tudo o que eu quero.
TMA: No seu artigo para a Darling você se abriu falando que você é uma Cantadora: uma contadora de histórias. Agora que você contou essa, quais histórias você quer contar a seguir?
TB: Oh meu Deus, muitas histórias diferentes. Eu acho que estou esperando pela ideia do meu próximo filme. Eu tenho algumas que eu estou brincando. Minha querida amiga que também faz minha maquiagem, Rebecca, me entregou esse livro incrível chamado “A mulher na noite polar” que é sobre uma das primeiras mulheres a passarem um ano no Círculo Ártico. É esse poema de tom maravilhoso sobre a solidão e a relação entre ela e seu marido, é mulher e natureza.Eu acho que seria maravilhoso, sabe, contar essa história. Eu acho que estou muito animada para ver o que vem a seguir.
Fonte: Darling Magazine