Troian concedeu uma entrevista ao site Town & Country e contou mais sobre seu processo criativo. Confira traduzido abaixo:

Milhões de fãs conhecem Troian Bellisario por seu trabalho nas telinhas, graças aos seus papeis em séries de TV incluindo Pretty Little Liars e Suits. Mas com a estreia de seu novo filme, Feed, cinéfilos vão poder experienciar esse novo lado de Bellisario: roteirista. O filme dirigido por Tommy Bertelsen conta a história de irmãos gêmeos, Olivia (Bellisario) e Matthew (Tom Felton), que são separados por uma tragédia; é um filme sombrio e emocionante sobre família, doença e o que faríamos para sobreviver.

Aqui, Bellisario, que vai estrelar na adaptação de Where’d Go Bernadette, se abre sobre o processo para nos deixar por dentro dos hábitos de uma mente criativa.

Como você se preparou para ser criativa; qual seu ritual?
Eu acho que trabalho melhor se eu tiver me mexido antes de sentar. Eu gosto de caminhar, correr, fazer algo fisicamente ao ar livre para que meu corpo se sinta vivo antes de eu trabalhar, do contrário, acho que a investida de pensamentos é esmagadora. Me mover fisicamente cria clareza para mim. Honestamente, eu escrevi mais de Feed no fim de um longo dia de trabalho em PLL, ou até entre takes. Às vezes você não tem tempo de se preparar para ser criativo, mas só confie que sentar e fazer é o suficiente.

Qual o lugar mais propício para trabalhar?
Eu amo colocar uma mesa em frente a uma janela que dê pra ver algo verde. Todo meu trabalho até agora, Feed e meus curtas-metragens, Exiles e We Are Here, tiveram como tema principal a natureza. Em Feed, a árvore do Matt e da Olivia é uma ligação com sua juventude, a representação natural de todos os medos e ansiedades subconscientes da Olivia sobre deixar sua casa e se separar da sua família e seu gêmeo. Eu acho que trabalho melhor quando eu posso respirar e encarar algo vivo, algo se movendo na brisa. Isso me inspira.

Qual é um elemento absolutamente necessário em seu processo?
Café, ou algum tipo de bebida. Até kombucha ou chá, eu só gosto de ter tempo de sentar para trás e tomar um gole enquanto leio, ou levantar e fazer uma pausa para fazer mais. Eu também gosto de silêncio quando escrevo, mas música quando edito.

Qual hora do dia você prefere trabalhar?
Eu preciso ter o hábito de sentar todos os dias para escrever, e muitos dos meus amigos e minha mãe (que é uma escritora prolífica) fazem isso e eu tenho inveja. Isso envolveria eu escolher uma hora do dia que me conviria, mas minha agenda é bizarra. A maioria da minha escrita nos últimos sete anos foi empurrada entre trabalhar na série, seja nas noites, ou nos fins de semana, e eu trabalharia quando pudesse.

Qual seu lanche rápido?
Eu sou uma rainha dos petiscos. Maçãs fatiadas polvilhadas com manteira e mistura de grãos. Eu tento manter as coisas saudáveis porque eu sei que vou ficar absorta no texto e posso ir comendo sem me preocupar até tudo acabar.

Como você prefere seu café?
Preto se foi bem feito. Se não, com leite de amêndoa.

Qual sei colaborador favorito?
Tommy Bertelsen, meu melhor amigo e colaborador de longa data desde a faculdade de teatro, ele dirigiu Feed, e ele sempre foi instrumental na finalização do roteiro para gravação. Quando estávamos verdes, eu escrevia e reescrevia por quase sete anos. Eu vivia com esses personagens dentro da minha cabeça e eu estava muito próxima deles para ver como poderíamos cortá-los ou afiá-los para gravar. Ele foi maravilhoso, respeitou totalmente minha experiência, apoiando o que eu queria alcançar e brutalmente honesto, mas certo, quando se tratava da edição e finalização do script gravado.

O que você mais faz para procrastinar?
Não há escassez do que eu posso e não posso fazer para evitar o trabalho.

Qual seu melhor truque para superar um bloqueio?
Falar para alguém que vou sentar e escrever. Eu acho que falar as palavras em voz alta cria uma espécie de vínculo que eu quero honrar.

Dizem que um gênio é 1% inspiração e 99% transpiração. Qual é essa proporção para você?
Isso é provavelmente muito preciso. Quando eu tive a inspiração para escrever Feed, eu tive a ideia em meu carro. Eu lembro de sentar no cruzamento do Laurel Canyon e o Moorpark e ligar para meu namorado e dizer, “Oh meu Deus, eu sei o que eu quero escrever.” Então eu tentei contar para ele a história e ele me parou e disse, “Eu não quero ouvir, eu quero ler quando você terminar,” Então eu fui para casa e escrevi as primeiras 30 páginas. Em uma semana eu tinha o script completo.

Qual seu projeto dos sonhos?
Meu marido, Patrick Adams, e eu escrevemos um curta chamado We Are Here que é muito especial pra nós, e acontece em uma parte do mundo que mora em nossos corações. Ia ser um sonho realizado fazer um filme nesse mundo.

O que você aprendeu com a falha?
Tudo. Acho que você aprende melhor da falha do que do sucesso. Sucesso te ensina que o que você está fazendo está funcionando, então você tende a engrandecer no processo, a falha te ensina a tentar outra coisa, é assim que você cresce.

Qual sua criação favorita até agora?
Eu não poderia escolher, eu sou grata de ter trabalhado em todos eles.

O que você espera que seja seu legado criativo?
Espero que seja variado. Eu espero que seja prolífico e dure muitos anos. Eu quero deixar minha vida criativa me levar para novas experiências. Eu amo escrever minha própria história, e eu acho que todo mundo gosta, mas a coisa maravilhosa sobre ser uma atriz e uma escritora é que você pode explorar o mundo através dos olhos dos outros.

Para mim, a única maneira de passar pela perda, luto, doença, desespero, é olhando para ele de frente. É por isso que eu penso que um filme pode mudar a vida de alguém. Nesse tempo, podemos assistir nossa escuridão, ou nosso medo, ou mesmo nossos sonhos mais loucos, com o volume alto, com as cores vivas, damos espaço para nossos interiores serem promulgados diante de nossos próprios olhos.

Fonte: Town & Country