Após a revelação chocante que Spencer Hastings tem uma irmã gêmea no episódio final de Pretty Little Liars que foi ao ar na noite de ontem, a Elle Magazine divulgou uma entrevista + photoshoot da Troian contando tudo sobre esse segredo que ela carregou por anos. Confira traduzido abaixo:
Apenas em Rosewood uma irmã gêmea perdida e malvada com um sotaque britânico poderia aparecer na cidade para se revelar como Uber A, uma perseguidora onipresente, e ser recebida com “É, faz sentido”. Afinal, esse é o lugar onde raramente neva (na Pensilvânia), onde você não precisa de permissão para construir uma casa de bonecas gigante e subterrânea, onde médicos inseminam artificialmente seus inimigos por uma taxa nominal e onde mães suburbanas escapam de porões trancados como Houdinis embriagados. Coisas mais estranhas aconteceram.
No episódio final altamente esperado – e interessante – de Pretty Little Liars, descobrimos que o Time Twincer – os fãs que achavam que Spencer Hastings tinha uma irmã gêmea – acertou em cheio.
Recapitulando: Mary Drake teve duas filhas no Radley. Uma delas foi para a família Hastings e viveu uma vida privilegiada: Spencer. A outra foi despachada para o Reino Unido para uma vida bem mais difícil: Alex Drake (ou, então, A.D.) E aí entra Wren. Anos depois, ele descobre Alex em um bar de Londres e a arrasta para a teia das Liars. Ela desenvolveu um relacionamento com Charlotte (sua meia-irmã) e decidiu vingar sua morte. Como? Como as Liars diriam, roubando o jogo da própria Charlotte, prendendo Spencer em uma jaula subterrânea, secretamente usurpando sua vida e tomando seu lugar em Rosewood. É um plot trágico que não vai como o esperado, quando as meninas se juntam para derrubar –A pela última vez.
Quando Troian Bellisario me conta tudo isso pelo telefone, de um lugar seguro, ela ainda está apreensiva.
“É muito enervante! Me sinto estranha falando sobre isso”, exclama ela. “Tipo, ‘Ai, meu Deus, eu vou me encrencar por isso?’” Durante sete temporadas, Bellisario incorporou a diversão da série enquanto tentava enraizar sua personagem na realidade. “Nós temos esses arquétipos fantásticos,” afirma. “Por que não explorá-los e investigá-los?” Agora, Bellisario está interpretando o papel mais triunfante – e não é surpresa que ela tenha se dedicado a isso com a força e o poder que ela e Spencer (e Alex) dividem.
Enquanto isso, Bellisario esteve de olho nos fãs: Sim, a obsessão de Alex com Aria é uma homenagem ao time Sparia, ela me conta. Quando menciono um usuário do Tumblr chamado The Outlast, cujas teorias extremamente detalhadas e consideravelmente certeiras iluminaram o fandom mais de uma vez, ela pausa. “Acho que a Marlene me enviou um post do The Outlast há um tempo!” Ah, e a razão pela qual I. Marlene King, o gênio maldoso por trás da série, lhe enviava teorias de fãs? Porque as duas compartilharam a identidade secreta de Uber A por anos. Sim, anos.
Então, quando finalmente chegou a hora de Bellisario revelar alguns segredos, ela não desapontou. Contou à Elle.com sobre o dia em que descobriu a identidade de Uber A, como King criou o personagem e como foi finalmente filmar a grande revelação.
Primeiro: Como você descobriu que ia interpretar Uber –A?
Eu fiquei sabendo no início da quinta temporada. A Marlene me puxou para um canto e disse, “Eu tenho uma ideia, mas não sei o canal vai me deixar fazer isso…” Então ela sentou comigo e me explicou todo esse final. Ela disse, “Você não pode contar para ninguém. Talvez nem aconteça.” Então eu esperei por mais de um ano. No final da sexta temporada, ela disse, “Vamos fazer isso.” Foi como o tiro da partida nas corridas.Como foi a conversa quando Marlene te contou sobre o plano dela?
Na verdade, a conversa aconteceu enquanto eu filmava uma cena. Entre takes, eu voltava para a Marlene e sentava com pernas de índio para ouvir mais. Era como uma hora do conto! Eu queria que ela me contasse tudo. Ela levou duas horas para me atualizar. Eram muitos detalhes! Eu nem sabia quem era Mary Drake – ainda não havíamos introduzido a história desse personagem. Então eu também não sabia que a Spencer era adotada. Ela tinha muito a me contar.Parecia que ela já tinha todo o plano formado?
Sim. Originalmente, a série deveria ter durado cinco anos. Ela ia terminar com a revelação de Charlotte, e era isso. Mas, perto da quarta temporada, o canal contatou [a Marlene] e disse que eles queriam levar a série até a sétima temporada. Foi aí que ela começou a criar este novo mundo, com um novo vilão. Quando ela me contou, ela já estava pensando nisso por pelo menos um ano, e em todos os detalhes. Pelos próximos dois anos, pudemos construir isso juntas.A Marlene estava deixando dicas esse tempo todo?
Não, acho que foi mais casual. Todo o arco da Spencer indo para o Radley e se sentindo em casa, sentindo uma conexão com o lugar, como se tivesse uma história… talvez tenha sido casual, ou talvez a tenha ajudado a criar essa ideia. Mas essas partes da história da Spencer se encaixam perfeitamente na revelação de que o Radley é, na verdade, o lugar onde ela nasceu, que ela realmente é uma parte da história.Como você manteve a identidade de Uber –A em segredo por tanto tempo?
Foi muito difícil. Por muito tempo, as pessoas me perguntavam, “Quem é A.D.?” e eu respondia, “Sou eu!” E todos riam. É ótimo quando você divide um segredo com poucas pessoas – só eu, Marlene e mais algumas pessoas sabiam. Significa que você pode se esconder na frente de todos.E ao filmar o último episódio – houve algum sigilo no set?
Na verdade, não precisamos de muito sigilo porque gravamos quase tudo em um set. Talvez as turnês pelo estúdio passassem por nós enquanto filmávamos, mas eu me vestia como a Spencer e eles não chegariam perto o suficiente para ouvir a maneira com a qual eu estava falando. Então eles não teriam descoberto nada.Você dirigiu seu primeiro episódio nessa temporada. E foi o episódio que ofereceu a maior pista para a identidade de Uber –A, uma cena em que [o personagem de Ian Harding] Ezra encontra “Spencer” no aeroporto. Fãs mais espertos perceberam que não teria como Spencer chegar ao aeroporto tão rápido partindo do Lost Woods, onde ela estava na cena anterior. Vocês soltaram essa pista de propósito?
Com certeza. Foi a primeira cena em que a Alex se encontrou em uma situação não causada por ela mesma, em que alguém a confunde por Spencer. Em todas as outras cenas, ela está muito preparada. Ela entra em algum lugar fingindo ser a Spencer; todos esperam que ela seja a Spencer. Mas, quando Ezra encontra ela e [o personagem de Julian Morris] Wren, não é parte do plano dela. Sabíamos que a cena seria uma grande pista para uma parte da audiência. Todos concordamos que as pessoas que entendessem iriam realmente entender. Eu disse à Marlene, “Não vamos poder esconder esse segredo até o final, mas isso não significa que o público não vai se divertir.” Para algumas pessoas, a revelação da irmã gêmea de Spencer será um completo susto, e vai ser ótimo. Para outras, será divertido confirmar que estavam certas. Isso não tira a diversão do mistério. Faz com que as pessoas se sintam parte da série.Nas cenas em que você secretamente interpreta a Alex, como você agiu como aquele personagem sem entregar demais?
Enquanto estávamos construindo a evolução e decidindo o quão boa ela ficaria em interpretar a Spencer, precisamos andar nesta linha tênue entre manter o segredo e sutilmente fazer a audiência perceber. Uma das primeiras cenas em que você vê Alex é quando ela aparece como a Spencer e pede ao [personagem do Keegan Allen] Toby um beijo de adeus. Estávamos muito nervosos, pensando no que ela ia vestir, no quão boa ela seria em imitar a Spencer, o quão desconfortável ela estaria, o quanto isso a desconcertaria. Mas os fãs interpretaram tudo isso como o nervosismo da Spencer em se despedir do Toby. Foi ótimo! Preencheu todos os espaços em branco.Os atores com quem você atuou como Alex sabiam quem você era?
Na verdade, uma das poucas outras pessoas que sabiam desde cedo, que estavam no set no dia em que eu e a Marlene conversamos sobre a Alex, era o Keegan. Ele e eu éramos os guardiões do segredo. Eu acho que as meninas não descobriram até essa temporada. Houve algumas cenas em que eu atuei com elas e elas não sabiam que eu estava interpretando um personagem diferente. Elas devem ter pensado, “Hm. A Troian está fora de forma hoje!” Mas, conforme o final foi se aproximando, todos descobriram.Quais foram as reações quando eles descobriram?
Tem uma cena no início da temporada em que [a personagem de Ashley Benson] Hanna “sonha” com uma Spencer mais jovem conversando com ela na cela onde A.D. a colocou. Quando revelamos a identidade de Alex para o elenco, Ashley disse, “Espera, você era uma pessoa diferente naquela cena e não me contou?” Eu disse, “Eu não podia!” E ela ficou tipo “Cara, estou me sentindo muito traída!” [risos]Como foi o momento em que todos receberam o script da finale?
Tivemos uma super sessão de leitura do roteiro no mesmo local onde tínhamos lido o roteiro do episódio piloto. Sentamos ao redor da mesma mesa e todos os escritores e produtores estavam lá, e muitas pessoas cujos personagens haviam voltado pela primeira vez em muito tempo. Todos sentamos e lemos o script, quase como uma radionovela. Foi divertido ler as cenas entre a Alex e a Spencer, onde a Alex explica para a sua irmã tudo o que está acontecendo. Foi muito divertido interpretar essas duas personagens em uma sala, na frente de todos, para ver como seria.Você fez o sotaque britânico?
Aaah, sim. Nunca estive tão nervosa – meu coração estava acelerado o tempo inteiro. Trocar entre os sotaques e as personalidades, nunca fiquei tão exausta. No final, virei para outra pessoa tipo, “O que acabou de acontecer?”Como você descreveria a diferença essencial entre interpretar a Spencer e a Alex?
A confiança da Spencer vem de coisas subjetivas. A Alex tem um tipo diferente de auto-estima. Ela é uma pessoa muito confiante de uma maneira sexual. [risos] Acho que é assim: a Spencer encara as coisas com a mente e o coração, e a Alex com a cabeça e a virilha. Isso não quer dizer que ela não tem um coração ou sentimentos, mas ela ficou muito boa em esconder seu coração dentro de uma armadura.Como foi interpretar uma gêmea malvada britânica que secretamente estava agindo como sua irmã americana?
Primeiro eu tive que construir a história dessa personagem, suas idiossincrasias e seus movimentos com a Marlene. Pude trabalhar com um treinador de dialetos incrível, para encontrar o ritmo da personagem. Quando você define isso, vira um jogo de descobrir o quão boa ela será em transformar sua personalidade na da Spencer. Mesmo que você observe alguém por um longo tempo, sua habilidade de imitá-la é baseada na sua percepção e em como você a julga. Não era necessariamente sobre a Alex ser uma ótima imitadora. É sobre o que a Alex pensa da Spencer.Esse é um dos únicos dramas na TV onde um final com a revelação de uma gêmea malvada faz completo sentido. Você aceitou a insanidade da série desde o início?
Não, eu lutei completamente contra isso no início. Eu bati a minha cabeça contra a máquina Pretty Little Liars por um bom tempo. Então, tive uma conversa com Norman Buckley, um diretor que provavelmente dirigiu mais episódios da série do que qualquer um. Ele disse, “As circunstâncias podem ser irreais, mas as emoções são reais.” Penso muito sobre histórias que são ficções-científicas ou fantasias. Se seus personagens vivem em um mundo com dragões e poderes mágicos, ou em um mundo onde podemos viajar facilmente no espaço-tempo, o seu trabalho é tornar isso real. Foi difícil para mim no início, pois eu enxergava nossa série mais no estilo de Gossip Girl. Achava que os personagens eram pessoas interagindo no mundo real. Mas, quando você começa a perceber que -A está em todos os lugares e vê tudo, e que não é fisicamente possível que uma pessoa faça isso… A não ser que ela tenha muito dinheiro e o melhor equipamento de vigilância do mundo… Você começa a entrar na brincadeira.Como diabos Uber –A pagou por todo o sistema de vigilância, equipamentos e subornos, sem mencionar a casa de bonecas subterrâneas?
Bem, o Wren é incrivelmente rico, e a Charlotte deixou tudo para a Alex. Fácil! [risos] Desde o início da série, tivemos os vilões mais ricos, e eles foram passando suas riquezas para os novos vilões.Estranhamente, a revelação de uma gêmea malvada faz mais sentido no mundo de Pretty Little Liars do que a revelação de que Dan Humphrey era a Gossip Girl. Em um mundo mais realista, foi difícil acreditar que o Dan estava se auto-aterrorizando durante todo esse tempo. Não tinha Radley, múltiplas personalidades e nem gêmea malvada para explicar esse comportamento.
É, você poderia revirar os olhos, tipo, “Ah, Deus, vai ser uma gêmea malvada?” Mas é tão raro poder contar uma história que é séria em um momento e completamente insana no próximo. E você está interpretando em um universo onde isso não apenas é aceito – mas é esperado. Como uma atriz, é meu trabalho interpretar da maneira mais real possível. Mas, no mundo desta série, se tenho a oportunidade de interpretar uma gêmea britânica malvada, vou fazer isso e me divertir. Em que outra ocasião poderei fazer isso?Como você se sente agora que o mundo finalmente sabe quem é Uber –A?
Estou nervosa para descobrir como a personagem será aceita. É algo ousado! Mas mesmo que você descubra que a Spencer tem uma irmã gêmea, você nunca irá descobrir as motivações que a levaram a Rosewood. Então, acho que terão algumas surpresas. Também sinto que você não vai passar por sete temporadas deste enredo insano, me ver atuar como uma pessoa diferente, com um sotaque diferente, e pensar “Não, não acredito nisso.” Fizemos ótimos saltos e viradas inesperadas, e a audiência nos acompanhou todas as vezes. Então, tenho muita esperança de que eles vão gostar. E é isso que espero que aconteça. Se são as últimas duas horas que você vai poder passar em Rosewood, espero que você aproveite.
Tradução/Adaptação: Eduarda Pereira
Fonte: ELLE
Troian também fez uma sessão de fotos para a ELLE, confira em nossa galeria clicando nas miniaturas abaixo: